Empresários apontam escassez de mão de obra como principal entrave ao crescimento

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Carina Schulte Bolfe apresentou os resultados da pesquisa no Café da Indústria Crédito: Luciana Brune

Um levantamento divulgado pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Teutônia durante o evento Café da Indústria, realizado na manhã de quarta-feira (25/6), confirmou em dados e números o que se escuta nos relatos diários de empresários e empresárias: o desafio de pessoas. A pesquisa retratou que a falta de profissionais qualificados e comprometidos é, hoje, o maior gargalo enfrentado pelas empresas do município.

O levantamento, realizado entre os dias 28 de maio e 10 de junho, ouviu 58 empresas associadas e apontou que 91% enfrentam dificuldades em atrair e captar talentos. Este cenário está presente nos diferentes setores que responderam a pesquisa: 40% dos entrevistados são da área de serviços, 32% da indústria e 22%, do comércio.

A iniciativa da pesquisa foi da pasta da Indústria, porém, a base associativa da entidade é majoritariamente comercial, setor que sofre com o mesmo desafio. O dado revela um abismo entre a demanda crescente por profissionais e a baixa oferta, seja por falta de formação técnica ou pela ausência de habilidades comportamentais.

A maioria das empresas participantes da pesquisa trabalha com estruturas enxutas, muitas vezes sem um setor de RH estruturado, o que torna a gestão de pessoas ainda mais difícil. Entre os desafios apontados estão também a dificuldade de reter talentos (50%), o treinamento e desenvolvimento (39,7%), o gerenciamento de conflitos (22,4%) e a legislação trabalhista (15,5%).

O resultado foi apresentado pela secretária-executiva Carina Schulte Bolfe. Ela mencionou ainda que, além do cenário regional e das dificuldades internas das empresas, há ainda as limitações impostas por fatores externos, como políticas públicas, cenário econômico e carências na área da educação e formação profissional, o que impacta na qualidade da mão de obra disponível no mercado.

Soluções
compartilhadas

A pesquisa também estimulou as empresas a compartilharem soluções adotadas ou planejadas, na expectativa de levantar alternativas para modificar este cenário. Entre as ações mencionadas estão: treinamentos técnicos e comportamentais; indicação premiada e maior rigor no processo seletivo; reconhecimento por desempenho; horários flexíveis; ambientes acolhedores e participativos; criação de setores de RH ou contratação de consultorias especializadas; rodadas de boas práticas entre empresas, visando a trocas sobre retenção, recrutamento e cultura organizacional. Carina também mencionou a disponibilidade do uso de plataformas como o CIC Empregos, que hoje reúne cerca de 70 vagas ativas.

RH Colaborativo

A partir dos dados, a CIC estuda alternativas para contribuir. Entre as ações propostas está a criação de um Núcleo RH Colaborativo para troca de experiências e fortalecimento da cultura empresarial, capacitações com foco em liderança humanizada, comunicação não-violenta e gestão prática de pessoas, feira de empregos para conectar empresas e trabalhadores locais, além de campanhas de valorização do trabalho local, estimulando o orgulho de trabalhar em empresas da região.

Carina destacou uma frase do ex-ministro Paulo Guedes: “Para este ano, muita resiliência; para o próximo, esperança”.

A CIC reforçou que, embora não tenha todas as respostas, acredita na construção coletiva e no poder do diálogo com os associados para encontrar caminhos viáveis.

Construção coletiva

O evento realizado na CIC marcou mais um passo na construção de soluções locais para um problema nacional. Novas ações devem ocorrer nas próximas semanas.

O grupo Inspira Teutônia, formado por empreendedores e lideranças do município dispostas a pensar soluções para demandas da comunidade, também já realizou um Café Empresarial em maio, quando reuniu profissionais da área de RH e gestão de pessoas para conversar sobre o tema “Escassez de mão de obra”.

Na aplicação de pesquisa com este público, os resultados foram semelhantes aos levantados pela CIC, o que reforça a realidade do momento. Ainda para julho, o Inspira propõe um momento coletivo para, em parceria com CIC e Sebrae, pensar ações p

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