Grupo de universitários explica e comenta visitação nas residências em Teutônia

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Artes
Crédito da arte: Júlia Caroline Geib / Divulgação

Nesta semana, a Brigada Militar (BM) recebeu algumas denúncias de pessoas que disseram ter sido visitadas por um grupo de estudantes e estranharam a circunstância e a abordagem. Diante disso, a BM optou por divulgar um alerta para a comunidade no site da Folha Popular, no dia 30 de junho. Após o ocorrido, os organizadores optaram por se manifestar sobre o projeto.

Em contato com os visitantes, foi esclarecido que se trata de estudantes universitários da Instituição Adventista, a qual a Igreja Adventista do Sétimo Dia é a mantenedora. O grupo de estudantes, conforme relatado, possui um projeto que visa buscar recursos para bolsas de estudos dos alunos. Nos períodos de férias, os alunos, de diversos lugares do país, viajam para diferentes cidades e apresentam sua proposta nas residências.

Conforme um dos organizadores, Guilherme Henrique Rizzo, as alunas visitam as casas, “conversam sobre família, saúde, passam algumas instruções sobre doenças e prevenção, e se a pessoa permitir, apresentam materiais didáticos que tem a ver com saúde física, mental e espiritual”. Após, o morador tem a opção de apadrinhas este universitário por seis meses, e com isso, a faculdade encaminha esse material “como forma de gratidão”. Cada estudante precisa de cerca de 25 padrinhos ou madrinhas para ter o semestre garantido.

Conforme Rizzo, são estudantes de diversos cursos, como engenharia, arquitetura, farmácia, administração, direito e teologia. “Iniciei minha faculdade por esse projeto, acredito nele, ele é verdadeiro e ajuda jovens sonhadores a chegar onde querem”, afirma. Ele conta que desde que o projeto existe, nunca houve esse tipo de problema com denúncias, inclusive no município de Teutônia.

Segundo relatado pelos organizadores, as estudantes chegaram em 14 de junho e tiveram um tempo para conhecer a cidade, e cerca de uma semana depois, a Brigada Militar foi visitada e informada sobre o projeto. A capitão da BM, Carmine Brescovit, atendeu o grupo e prestou orientações sobre como deveriam atuar com a população. Segundo ela, “repassei a orientação que deveriam explicar claramente às pessoas o objetivo da visita (venda) e não dizerem que estão fazendo um projeto de pesquisa. Serem claras na abordagem para não beirar a má-fé”, conclui.

Sobre os livros, Rizzo afirma que não sabe se “venda” é o termo correto, porque o dinheiro não fica diretamente com elas. “Isso é convertido em bolsa de estudos, é uma ação filantrópica. A pessoa apadrinha ela e a faculdade retribui, deixando os exemplares didáticos. Até porque livro não é tributado no país”. Segundo outro coordenador, André Pimentel Brito, alguns dias depois da visita na BM, as meninas foram abordadas por eles na rua. “Achei estranho porque já tínhamos explicado como funciona. Falei com ela (Carmine) e ela disse que as pessoas se sentiram importunadas”, conta. Uma das possibilidades levantadas é que as pessoas associem as estudantes com outras pessoas que fazem trabalhos e vendas na rua, ou mesmo o fato de terem vindo em um grupo maior neste ano, entre cinco,

Até este momento, conforme Brescovit, não havia comprovações de que são estudantes. Após ligações da comunidade do 190 reclamando da abordagem, é que optou-se por realizar o pedido de alerta na mídia. “A ideia foi esclarecer a população de que o objetivo da visita é a venda (já que elas, embora orientado, não estavam fazendo de forma clara e direta) e também alertar que ninguém é obrigado a recebê-las ou adquirir o produto se não for de seu interesse”, conclui.

Após este episódio, Brito foi na prefeitura e deu encaminhamento a um protocolo para explicar para qual segmento se encaixam, e “no meio disso, foi que saiu o alerta”. Carmine comenta que apenas depois da divulgação do alerta, no dia 30 de junho, foi apresentado um documento referente ao projeto na BM.

Conforme a nota divulgada pelo pastor Tiago Procópio, a “A Organização Adventista mantém o ‘Instituto Vida & Consultores Associados’, que é um órgão composto por estudantes autônomos, que presta atendimento personalizado a empresas e famílias. Promove a educação moral, contribuindo para melhorar a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas, através de palestras e visitação aos lares, uso de material impresso e instruções sobre temas de saúde, por meio de tratamentos naturais e mudanças para hábitos alimentares mais saudáveis, ao realizarem estas visitas, nossos representantes oferecem a opção da sociedade adquirir manuais (livros) relacionados a saúde física, emocional e espiritual, deixando a livre aquisição. Todos os materiais adquiridos são convertidos em recursos para estes estudantes completarem sua graduação em universidades adventistas.”

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