Entregas de fertilizantes cresceram 12,5% de janeiro a outubro de 2023

Vários movimentos buscam o restabelecimento da produção dos insumos no Brasil para frear a importação de cerca de 80%.

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Crédito: Wenderson Araújo / Trilux

As entregas de fertilizantes ao mercado brasileiro totalizaram 38,21 milhões de toneladas nos dez primeiros meses de 2023, segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA). Isso significa crescimento de 12,5% em relação às 33,96 milhões de toneladas registradas em igual período de 2022. Na comparação interanual referente a outubro, o aumento foi de 21,9%, de 3,86 milhões para 4,71 milhões.

O Estado de Mato Grosso, líder nas entregas, continuou concentrando o maior volume no período analisado (22,2%), atingindo 8,48 milhões de toneladas. Em seguida, vêm o Rio Grande do Sul (4,35 milhões), Paraná (4,21 milhões), Goiás (4,15 milhões), São Paulo (3,71 milhões) e Minas Gerais (3,63 milhões).

A produção nacional de fertilizantes intermediários encerrou o mês de outubro de 2023 com 659 mil toneladas, com incremento de 2,9% ante 2022. No acumulado dos dez meses, foram 5,64 milhões de toneladas, com redução de 9,8% frente ao igual período do ano anterior, quando foram produzidas 6,26 milhões.

Já as importações somaram 4 milhões de toneladas em outubro, representando avanço de 52,2% ante o mesmo mês de 2022, quando o volume foi de 2,63 milhões. No acumulado de janeiro a outubro de 2023, o total importado foi de 31,58 milhões de toneladas, com crescimento de 4,6% em relação a igual período de 2022, quando foram importadas 30,18 milhões.

Pelo porto de Paranaguá/PR, a principal porta de entrada dos fertilizantes, chegaram 7,47 milhões de toneladas, indicando diminuição de 9,5% ante 2022, quando foram descarregadas 8,25 milhões, que representaram 23,7% do total importado por todos os portos.

Dependência

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, mais de 87% dos fertilizantes utilizados na agricultura brasileira vêm do exterior. Para a Embrapa, o elevado nível de importação, aliado à dependência tecnológica, deixa a economia nacional vulnerável às oscilações do mercado externo. Conforme representantes do Senado disseram em julho de 2023, o país tem potencial de se tornar o maior produtor mundial de fertilizantes.

O senador Laércio Oliveira (PP-SE) avaliou que, à época, a atual guerra entre a Rússia e a Ucrânia agravou a dependência e afetou a economia brasileira, com impactos na agricultura e na segurança alimentar. De acordo com ele, a Rússia produz 23% dos fertilizantes importados pelo Brasil. E no total, apenas em 2021, o Brasil gastou cerca de US$ 15 bilhões importando fertilizantes.

O senador disse que o país precisa encontrar outros países que vendem esses insumos, para diversificar as importações, e aumentar a produção nacional de adubos orgânicos. Ele pediu apoio ao Plano Nacional de Fertilizantes, cujo objetivo é reduzir a dependência brasileira de fertilizantes estrangeiros para em torno de 50% até 2050. 

Em novembro de 2023, a executivos da Petrobrás anunciaram que a previsão é retomar a produção de fertilizantes nitrogenados na unidade Ansa, no Paraná, no segundo semestre de 2024. Enquanto isso, prevê concluir a obra de outra unidade de fertilizantes nitrogenados em Três Lagoas (MS), para iniciar a produção em 2028. disseram executivos da estatal, durante apresentação do plano estratégico.

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