Hospital Ouro Branco está com 94% dos leitos Covid ocupados

Hospitais gaúchos devem utilizar todos os espaços para atender casos de Covid. Estatística mostra que 60% dos internados em UTI não sobrevivem

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Hospital Ouro Branco atua há mais de 70 anos na comunidade / Crédito: Leandro Augusto Hamester / Arquivo FP

O último boletim divulgado pelo Hospital Ouro Branco (HOB), nesta quinta-feira (25/2), mostra que 94,4% dos leitos Covid-19 estão ocupados – 17 dos 18 espaços estão preenchidos. São 9 casos suspeitos e 8 confirmados.

Em entrevista à Rádio Popular, o médico Guilherme Vogt, que atua diretamente no setor Covid no HOB, manifestou preocupação com o grande número de internações nos últimos dias, especialmente de jovens e sem comorbidades. O hospital não possui UTI, apenas leitos clínicos e alguns improvisados com respiradores.

Nesta quarta-feira (24/2), a casa de saúde teutoniense registrou mais uma morte entre seus pacientes internados. O Município de Teutônia já tem 27 óbitos associados ao coronavírus. Os dados preocupantes em nível estadual fizeram o governador definir bandeira preta e fim da cogestão no período de 27 de fevereiro a 7 de março.

O Hospital Bruno Born (HBB), de Lajeado, também avança em sua estrutura física. Se prepara com plano de contingência para situação de calamidade, conforme informou o diretor-executivo Cristiano Dickel.

Plano de Contingência Hospitalar foi elaborado no início da pandemia e já teve novas versões que acompanharam o avanço da doença / Crédito: Gustavo Mansur / Palácio Piratini / Arquivo

Todos os espaços para atender casos de Covid

Diante de uma ocupação superior a 90% dos leitos de UTI no RS e de números negativos que aumentam a cada novo dia, a Secretaria da Saúde (SES) acionou nesta quinta-feira (25/2) o último nível da fase 4 do Plano de Contingência Hospitalar, montado no início da pandemia.

“Esta é maior taxa de ocupação até agora, uma situação de extrema gravidade, e será necessária a utilização de espaços disponíveis em cada instituição da rede hospitalar do Estado”, explica o diretor do Departamento de Regulação Estadual, Eduardo Elsade.

Além da suspensão imediata das cirurgias eletivas (com exceção das cirurgias de urgência ou que representem risco para o paciente), deverão ser instalados leitos emergenciais em salas de recuperação e em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) intermediárias.

Junto à ocupação dessas áreas a serem disponibilizadas, deverão também ser acionadas as equipes técnicas desses setores, especialmente as equipes médicas e de enfermagem.

“A partir de agora, os hospitais gaúchos, entre públicos e privados, têm o compromisso de disponibilizar toda a sua estrutura para atendimento de casos de Covid-19, porque estamos na fase mais crítica, que precisa de atitudes mais drásticas”, explicou a secretária de Saúde, Arita Bergmann.

60% dos internados em UTI não sobrevivem

Conforme indicava o mapa de leitos no início da tarde desta quinta-feira, 2.698 leitos de UTI estavam ocupados no RS, incluindo leitos com atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e os privados, a maior taxa de ocupação da pandemia.

A lista de espera por leitos em UTI também só cresce. No dia 13 de fevereiro, dois pacientes em estado gravíssimo aguardavam transferência para um leito de UTI. Nesta quinta, o número de pacientes com risco de morte esperando atendimento de UTI é de 30.

Outro dado preocupante é cerca de 60% dos pacientes que internam em UTIs morrem.

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