Iniciativa de alunos da EEEM Estrela busca a valorização das mulheres

Estudantes realizaram blitz em frente à escola e promoveram rodas de conversa sobre o assunto .

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Crédito: Carolina Chaves da Silva / AI 3ª CRE

A luta feminina por direitos iguais mobilizou estudantes do 1º ano da Escola Estadual de Ensino Médio (Eeem) Estrela durante o mês. Sob a coordenação do professor de História Gabriel de Souza da Rosa, eles realizaram o projeto “Valorização das mulheres e combate ao machismo”, que culminou nesta terça-feira (18/7) pela manhã com duas relevantes ações. 

Uma delas ocorreu na Rua Coronel Müssnich, em frente ao educandário. Com acompanhamento da Brigada Militar, os estudantes pararam na faixa de pedestres e exibiram um cartaz com os dizeres “Valorizar as mulheres: ato de igualdade.” Eles também entregaram aos motoristas origamis com frases inspiradoras sobre o tema. 

A ação durou cerca de 20 minutos e teve como objetivo transcender o assunto para além dos muros da escola, onde cartazes informativos, charges e letreiros com frases permeiam os corredores e instigam o diálogo sobre a luta feminina.  

Crédito: Carolina Chaves da Silva / AI 3ª CRE

Cram

A outra ação do projeto ocorreu no auditório da escola. Estudantes do 1º ao 3º anos do turno da manhã participaram de uma roda de conversa com as profissionais do Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram) de Estrela, a psicóloga Natália Sulzbach, a assistente social Janaína Moreira Nortagiacomo e a assessora jurídica Vanessa Zimermann. 

A orientadora educacional da escola, Isabel Cristina dos Santos Cordeiro, foi a mediadora do diálogo, que abriu aos alunos a possibilidade de conhecer melhor o serviço de assistência à mulher ofertado pelo Município de Estrela. No espaço, localizado na Rua Tiradentes, nº 473, são acolhidas mulheres vítimas de violência, seja de cunho físico, psicológico, moral, patrimonial ou sexual.  

Durante o bate-papo, os alunos também puderam conhecer os pontos mais importantes da Lei Maria da Penha, como são identificados os tipos de violência e estabelecidos os mecanismos de proteção às vítimas e como ocorre a punição aos agressores. O ciclo da violência e a legislação sobre feminícidio também foram abordados na ocasião. 

Da história para o presente 

Rosa conta que a ideia de trabalhar o tema de forma mais enfática e prática foi sugerida pelas próprias alunas, durante as aulas sobre a Grécia Antiga. “Abordei o fato de que as mulheres espartanas tinham muito mais direitos e liberdade do que as de Atenas e, a partir disso, as meninas sugeriram as ações de combate ao machismo e maior valorização às mulheres na atualidade. Nas aulas de História lembramos o passado para entender o presente, e acredito que através de ações como estas, feitas por elas, possa ser moldado um novo futuro”, completa. 

Vanessa Stein, Anna Laura Luzzivogt e Ana Rafaela Hasse foram algumas das alunas responsáveis pela ação na faixa de pedestres e também por promover o diálogo acerca do tema com outras estudantes.

De sala em sala, elas convidaram as meninas a escreverem alguma frase machista que já teriam ouvido. Elas agradeceram à parceria do professor, inclusive como forma de destacar que a luta pelos direitos femininos é de todos.  

“Acredito que toda mulher já sofreu algum tipo de discriminação. Por isso é muito bom ter espaços como este, em que muitos meninos têm absorvido ideias de igualdade e as meninas podem falar sobre o assunto. É gratificante ver que o nosso trabalho está trazendo bons resultados”, comemora Anna Laura.  

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