Horário de verão pode economizar R$ 400 milhões

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Crédito: Carla Beckmann

Outubro começa quente e com o alerta ao consumidor: a conta vai ficar mais cara. No sábado (28/9) a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) acionou a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que resultará em uma cobrança adicional de R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos. A mudança se deve ao risco hidrológico, causado por baixos níveis de chuva, e ao aumento no preço da energia devido à seca. A necessidade de acionar usinas termelétricas, que são mais caras, também contribuiu para o aumento. A última vez que essa bandeira foi acionada foi durante a crise hídrica de 2021.

Nas últimas semanas também entrou em debate a volta do horário de verão e a economia para o bolso do consumidor. Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) sinalizou que o horário de verão, extinto em 2019, traz redução nas contas de energia elétrica. O vice-presidente da Cooperativa Certel, Daniel Luís Sechi, comenta a escassez hídrica vivida no Brasil, com os níveis baixos dos reservatórios e o consumo de energia elétrica modificado devido às características.

Economia em 5 meses

Em 2024, o perfil do consumo da energia elétrica mudou. O horário de pico, que ocorria na tarde se deslocou para a noite (a partir das 19h), coincidindo com a ligação da iluminação pública no país. Ou seja, se as pessoas chegam em casa à noite e consomem mais energia ao mesmo tempo que a iluminação pública, a demanda aumenta. Com a escassez hídrica, as usinas térmicas são acionadas e há um custo de megawatt/hora maior. O incremento na faixa de R$ 376 a 400 milhões que vai direto para o bolso do consumidor.

Com o retorno do horário de verão, que adianta os relógios uma hora, a iluminação não vai entrar às 19h porque ainda vai ser dia. O pico de consumo não coincidirá com o horário em que as pessoas chegam em casa e consomem mais energia. Os técnicos apontam que em 5 meses com o horário de verão a economia pode chegar aos a R$ 400 milhões no período.

Ondas de calor e aumento da demanda

O setor de produção e distribuição de energia elétrica analisa a mudança do perfil dos consumidores ao longo dos últimos anos. As ondas de calor cada vez mais intensas e frequentes são notadas também no setor de varejo. O aquecimento vai além da temperatura. A produção de aparelhos climatizadores pode chegar a seis milhões até dezembro segundo a indústria do setor.

Dormir no “friozinho” já não é mais luxo, é necessidade para a qualidade de vida e bem-estar da população. Há alguns anos, era comum que ar-condicionado fosse acionado apenas na hora de dormir. Atualmente, ligar o climatizador é rotina fundamental para enfrentar as altas temperaturas.

Sechi salienta que o consumo de energia cresce na faixa de 3% na região da Certel. Teutônia cresce um pouco mais, com 7% de incremento de consumo. A cooperativa atua na cidade com oito redes principais e, prevendo alta demanda, já instalou o terceiro transformador para aguentar a carga. Além disso, a Certel adicionou três novas redes – totalizando 11 redes – para garantir a capacidade energética.

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