Plantio de muda de Baobá marca o início do Mês da Consciência Negra de Lajeado

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Crédito da foto: Divulgação

Conhecida como a Árvore da Vida, o baobá agora integra a coleção de árvores exóticas do Jardim Botânico de Lajeado. A muda, rara de ser encontrada no Brasil, foi plantada no final de semana durante a abertura oficial do Mês da Consciência Negra de Lajeado, evento organizado pela Prefeitura de Lajeado, por meio da Secretaria da Cultura, Esporte e Lazer (Secel). A programação se estenderá até o dia 20 de novembro com exposições artísticas, realização de palestras, oficinas, atividades de dança e música. 

De origem africana, a muda foi adquirida por meio do Jardim Exótico, um portal online de jardinagem e produtos naturais, com sede em São Paulo.

Uma das idealizadoras da atividade foi a coordenadora da Casa de Cultura, Ana Paula Vieira Labres. Conforme Ana, a ideia de realizar o plantio surgiu com o objetivo de marcar o mês da Consciência Negra e para simbolizar a resistência do povo negro.

Participaram do ato do plantio do baobá a vice-prefeita, Gláucia Schumacher, a presidente do Centro de Cultura Afro-brasileira de Lajeado, Silvia Adriana Estanislau Lima, o vice-presidente da entidade, Recioli dos Santos, Nando de Candomblé, servidores municipais e pessoas da comunidade.

“Este é um momento muito importante e simbólico. Estamos abrindo hoje de forma oficial as atividades do Mês da Consciência Negra, que nos leva a refletir sobre o tema e, nos debates e oficinas que estamos fazendo, trazer uma outra visão sobre a participação do negro na nossa sociedade. E hoje, com o plantio deste baobá tão significativo para estes povos, estamos deixando um legado para o futuro. E quando viermos aqui, nós e as próximas gerações, lembraremos que ele foi plantado nesta data especial”, disse Gláucia.

Danças, orações e cantos fizeram parte do ritual do plantio da muda, realizado sob o comando do Babalorixá Nando de Candomblé, na companhia de outros praticantes da religião. 

“A árvore é sagrada na religião Candomblé. Foi muito bonito e maravilhoso o plantio. No ritual, pedimos licença ao Deus da comunicação e do caminho Elegbara, ao Deus da terra Obaluaê e ao Deus da criação Oxalá. É um ato para ter de lembrança. É um ato de lembrança para combater o preconceito e a discriminação”, contou Babalorixá Nando de Candomblé.

O momento do plantio foi emocionante para a presidente do Centro de Cultura Afro-brasileira de Lajeado, Silvia Adriana Estanislau Lima.

“O plantio do baobá serve como um símbolo da nossa força e resistência, mostrando que estamos presentes na sociedade e que, assim como o Baobá, somos fortes, valentes e guerreiros. O momento do plantio foi de grande emoção não só para mim, mas para todos os presentes, significando um marco. Talvez não estaremos aqui para ver o Baobá se tornar uma árvore grande e forte como o povo negro, mas servirá como um lembrete para as futuras gerações, de que estamos cada vez mais presentes na sociedade”, ressaltou Silvia.

Nativa das savanas quentes e secas do continente africano, a muda de baobá necessitará de cuidados especiais. 

“Como é uma árvore que normalmente cresce em ambientes secos e quentes, escolhemos um local com bastante incidência de sol e montaremos uma proteção para que ele possa resistir bem aos primeiros invernos”, explicou a coordenadora interina do Centro de Educação Ambiental e do Jardim Botânico, Gabriela Roehrs. 

O Mês da Consciência Negra tem apoio do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Centro de Cultura Afro-Brasileira de Lajeado, Univates, Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSUL) Campus Lajeado, Emater e Conselho Municipal de Cultura, por meio do Setorial de Etnias e Folclore. O município de Lajeado está inserido na programação do Cinquentenário do 20 de Novembro do Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

Saiba mais sobre o Baobá

– O Baobá é uma árvore nativa da África. Pertence à família das malváceas, parente dos hibiscos e da malva. 

– O tronco, em forma de cone, pode chegar a 9 metros de diâmetro e a 30 metros de altura. As folhas jovens do baobá são comestíveis e medicinais. 

– O fruto, chamado múcua, tem polpa seca e agridoce, ou seja, é adocicado mas levemente ácido, da qual se faz uma bebida refrescante. A fibra da casca é usada para fabricar cordas e roupas.  

– Os baobás se desenvolvem principalmente nas regiões secas, onde se costuma escavar o tronco para usá-lo como depósito de água ou abrigos temporários. 

– O caule tem capacidade de armazenar 120 mil litros de água.

– O Baobá tem formato bem peculiar: uma profusão de galhos sustentados por um tronco grosso.

– No Brasil, existem poucos exemplares dessa árvore. Os praticantes do candomblé consideram o baobá uma árvore sagrada.

Confira a programação completa do Mês da Consciência Negra: 

Segunda-feira (8/11)

Atividade: Cerimônia de abertura das exposições “Negrê”, do artista Gin Arts e “Marias: Resistências afetivas numa comunidade quilombola”, da Prof. Dra. Janaina Schvambach

Horário: 18h30

Local: Casa de Cultura

Atividade: Palestra Cultura e Resistência com a Prof. Valéria Pereira Urguim

Horário: 19h30

Local: Casa de Cultura

Terça-feira (9/11)

Atividade: Oficina de Plantas Medicinais e de Cunho Religioso

Horário: 14h

Local: Casa de Cultura

Atividade: Palestra A Matriz da Cultura Negra no Gauchismo com Liliana Cardoso

Horário: 19h

Local: Salão de Eventos da Prefeitura (Rua Júlio May, 242, 2º andar, bairro Centro)

Quarta-feira (10/11)

Atividade: Hora do Conto Afro

Horário: 10h

Local: Biblioteca Pública (Rua Júlio de Castilhos, 411, bairro Centro)

Atividade: Oficina de tranças

Horário: 14h

Local: Casa de Cultura

Quinta-feira (11/11)

Atividade: Hora do Conto Afro

Horário: 10h

Local: Biblioteca Pública

Terça-feira (16/11)

Atividade: Oficina de amarração de turbante

Horário: 14h

Local: Casa de Cultura

Quarta-feira (17/11)

Atividade: Hora do Conto Afro

Horário: 14h e 15h

Local: Biblioteca Pública

Quinta-feira (18/11)

Atividade: Oficina de confecção de Abayomi

Horários: 14h e 15h

Local: Casa de Cultura

Sábado (20/11)

Atividade: Live Consciência Negra

Palestra sobre Cinema negro e afrofuturismo no Brasil com a Dra. Kenia de Freitas e Fotografia, memória e identidade: resistências por meio da arte com a Prof. Dra Janaína Schvambach

Horário: 8h30

Transmissão: pelo Youtube do IFSul Câmpus Lajeado (clique aqui)

Atividade: 4° Kizomba

Horário: 10h às 17h

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