Agricultura de Estrela e Emater ampliam método para combate de praga

Utilização do método tem aumentado a partir da satisfação dos produtores

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Estudos apontam que um grande fator que impede o êxito pelos trabalhadores é a presença diversos tipos de pragas / Crédito: SMA / Governo de Estrela / Divulgação

De acordo com pesquisas e consultas realizadas pela Secretaria Municipal de Agricultura (SMA), um dos fatores mais buscados, anos após anos, pelos produtores de Estrela é a maior produtividade no campo. Entretanto, estudos apontam que um grande fator que impede o êxito pelos trabalhadores é a presença diversos tipos de pragas.

No município, o SMA, em parceria com a Emater/Ascar, promovem há mais de quatro anos a utilização de uma tática praticamente “natural” para o controle de lagartas, especialmente nas lavouras de milho e soja; como opção ao uso de inseticidas e transgênicos. É por meio da utilização de uma microvespa, que tem se obtido excelentes resultados.

Como acontece
Ao nascerem, as vespinhas vão procurar ovos de borboletas e mariposas onde iriam nascer lagartas. Mas, a vespinha fêmea, que nasceu das cartelas aplicadas na lavoura, em poucos dias encontra os ovos das borboletas e mariposas, e lá deposita seus ovos, que irão inviabilizar o nascimento das lagartas. Ao invés de nascerem lagartas, irão nascer mais vespinhas que irão procurar mais ovos e assim por diante; em um processo crescente e bastante eficiente.

Segundo o agrônomo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Álvaro Figueira Trierweiler, o incentivo faz parte do uso da microvespa do gênero Trichogramma. Ao explicar o processo, ele conta que a microvespa é liberada com uso de cartelas de papelão onde os ovos delas estão depositados; em seguida as cartelas são liberadas manualmente a cada área de 20x20m na lavoura;

Pequeno registro da vespa colocando ovos dentro de um ovo de mariposa
/ Crédito: Divulgação

Trierweiler conta que a utilização desta tática tem crescido cerca de 20% ao ano. Entretanto, num contexto geral, ainda corresponde a apenas 2% e 3% da área total. “A Emater foi a pioneira a trazer para a região este produto, apresentá-lo e levá-lo a campo. A sua utilização ainda é baixa frente a todo o universo, mas vem em franco crescimento. Não apenas pelo fomento das ações da agricultura local e da Emater, que incentivam este processo por ser ele mais natural, de menor custo e por ter dado excelentes resultados, como mostram nossas pesquisas e os relatos dos agricultores que a utilizam, mas, justamente, pela procura e desejo por parte do produtor, pela repetição do método visto a satisfação”, ressalta.

Parceria
A Emater e a SMA intermedeiam o acesso às empresas que comercializam as lagartas e dão auxílio para o início da utilização, orientações e acompanhamento dos resultados. Atualmente, o custo médio do método vespas fica em torno de R$ 35,00 por hectare. “Depois o processo de compra dos materiais, como também seu emprego, se tornam naturais e realizados já diretamente pelos produtores e as próprias empresas privadas.”

Produtores
A família Berwanger tem sua área na localidade da Linha São José. Segundo relatos de Tiago Berwanger, as vespas vieram em maior quantidade na última safra. “Esses períodos de seca desregularam um pouco mais as coisas e as pragas tiram proveito. Aí precisamos agir”, diz ele.

Berwanger comenta que já havia escutado falar do método, mas uma propaganda em rádio o alertou outra vez e o levou a procurar a Emater. No Instituto, Berwanger obteve a base para tudo, para aplicar pela primeira vez a técnica em três hectares de milho e 30 hectares de soja – a maior, que se tem notícia, já utilizada pelo método no município -. O produtor afirma que o custo foi menor, a aplicação foi mais fácil e houve menos riscos que outras alternativas. “Acredito na satisfação”, destaca.

Família Berwanger começou com o novo método este ano em parte das suas lavouras: mais simples e barato / Crédito: SMA / Governo de Estrela / Divulgação



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