Secretária Estadual realça conquistas e traça planos arrojados para o setor

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Secretária reassume pasta após um ano como adjunta / Crédito: Nicole Moras / Univates / Divulgação

A encantadense Simone Stülp, cujo trabalho por 23 anos na Universidade do Vale do Taquari – Univates teve próxima relação com a inovação, foi escolhida para assumir de forma definitiva a Secretaria Estadual de Inovação, Ciência e Tecnologia durante o governo de Eduardo Leite. “Aceitei justamente porque trago esse olhar do interior, que também tem uma bela trajetória em ações na área. Não se enxerga apenas a evolução em parques tecnológicos, mas cada vez mais as cidades estão se envolvendo”, cita.

Em 2022, o Rio Grande do Sul ocupou, pelo segundo ano consecutivo, a primeira posição no quesito Inovação no ranking que avalia a pauta ligada à competitividade. Segundo Simone, isso se deve ao formato como o estado está constituído, com universidades que trabalham o desenvolvimento regional, parques tecnológicos e hubs de inovação (espaços que agregam vários produtos e serviços) espalhados pelo RS. “Isso não é comum em todos os estados, é um diferencial nosso”, salienta.

Além de um grande número de empresas dedicadas à inovação, a cultura é fortemente semeada no estado. “O cooperativismo e o associativismo também são muito fortes e possuem relação direta com a inovação, que traz este aspecto de trabalho em conjunto”, comenta.

Simone pontua que o RS vem sendo referência no cenário internacional por uma série de elementos, como os Parques Científicos e Tecnológicos da PUCRS (Tecnopuc) e da Unisinos (Tecnosinos), Parque da Univates (Tecnovates), movimentos pela inovação como o Pacto Alegre, o South Summit e o Gramado Summit.

Quádrupla hélice
Como a sociedade pode se aproximar da inovação e como o estado auxilia no fomento e interage com a iniciativa privada? Segundo a secretária, este movimento é chamado de quádrupla hélice, ou seja, a aproximação dos setores público e privado, da academia e da sociedade civil organizada.

“Desde 2019 o estado trabalha a lógica de ecossistemas regionais de inovação, com o programa Inova RS em nível de estado e Inova Vales em nível dos Vales do Taquari e Rio Pardo, por exemplo. É permitir que pessoas de diferentes setores possam se encontrar para debater a visão de futuro e planejar a sua construção. Para quem não sabe por onde começar, sugiro a aproximação destes movimentos”, esclarece.

As empresas melhoram seus posicionamentos e buscam soluções para a vida nas cidades. “Que as lideranças possam se aproximar e que as discussões virem pauta nos municípios”, deseja a secretária.

Inovar é para todos
A professora ressalta que inovação não necessariamente envolve tecnologia. “É muito mais a forma de enxergas as coisas do que propriamente a inserção de uma nova tecnologia. É estabelecer grupos de trabalho que pensem/debatam quais são as situações atuais e como buscar, por meio da inovação, soluções e produtos melhores para o aprimoramento desse setor. É possível pensar a inovação em todos os segmentos e setores e em diferentes níveis”, comenta.

“Quando ficamos imersos nos mesmos mecanismos, quase sempre ficamos apenas ‘apagando incêndios’. Precisamos reservar um tempo para pensar novas formas e possibilidades que ainda não sejam realidades hoje. Para isso, os sistemas de inovação como hubs e coworkings são fundamentais”, situa.

Projeções
Segundo Simone, dentre os projetos trabalhados pelo Governo Estadual estão a construção de uma plataforma dentro do programa chamado Rede RS Startup, possibilitando que diferentes empresas e empreendedores se apresentem nesse espaço, interagindo e debatendo problemas e soluções.

Outro projeto busca a inovação nos ensinos fundamental e médio das redes escolares, para que os jovens já cheguem ao mercado de trabalho imersos neste conceito. Simone também abordou o trabalho mais íntimo que precisa ser realizado entre a inovação, a agricultura e o agronegócio.

Por último, o Governo estuda áreas estratégicas de longo prazo. “Onde queremos estar como Estado no futuro para que possamos nos posicionar como um grande líder de classe global?”, questiona a professora.

OLHO
“O cooperativismo e o associativismo possuem relação direta com a inovação, do trabalho em conjunto”.
Simone Stülp
Secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia do RS

Confira a entrevista completa no YouTube.

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