Polícia Federal desarticula organização criminosa que movimentou R$ 230 milhões

Grupo estabelecido na fronteira com o Uruguai movimentava recursos de organização do Rio de Janeiro

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Crédito: Polícia Federal

A Polícia Federal e a Receita Federal deflagram, nesta quarta-feira (17/11), a Operação Shawarma, para desarticular organização criminosa estabelecida na fronteira com o Uruguai, dedicada à prática de crimes financeiros como lavagem de dinheiro e evasão de divisas. No total, sete pessoas foram presas: seis com mandatos e uma em flagrante.

Na ação, 70 policiais federais, com apoio de servidores da Receita Federal, cumprem 9 mandados de prisão e 18 de busca e apreensão nos municípios de Chuí/RS (10), Santa Vitória do Palmar/RS (2), Pelotas/RS (3), Rio Grande/RS (1), Porto Alegre/RS (1) e São Paulo/SP (1).

No total, quatro pessoas foram presas no Chuí, uma em Rio Grande e uma em Porto Alegre. Ainda teve uma prisão em flagrante por posse ilegal de arma de fogo e munições em Chuí.

Também são cumpridas medidas de constrição de bens e valores, com o bloqueio de contas bancárias e indisponibilidade sobre bens imóveis de 24 pessoas (físicas ou jurídicas) envolvidas no esquema criminoso, o sequestro de 9 veículos previamente determinados e de outros encontrados nos locais de busca, bem como a suspensão da atividade das pessoas jurídicas das quais os investigados são sócios ou procuradores.

Registros de Chuí / Crédito: Polícia Federal
Registros de Chuí / Crédito: Polícia Federal

Tudo começou em 2017

A investigação iniciou em 2017 em razão da constatação de movimentação financeira suspeita por parte dos investigados. Com o prosseguimento da apuração, verificou-se a utilização de, pelo menos, 11 pessoas físicas e 11 pessoas jurídicas (empresas de fachada) para a prática dos crimes.

A dinâmica criminosa consistia no recebimento de valores suspeitos, com a dissimulação do real beneficiário das quantias, caracterizando o delito de lavagem de dinheiro, e a remessa clandestina de parte do numerário ao Uruguai, que configuraria o crime de evasão de divisas.

A movimentação financeira identificada no período entre 2016 a 2020 foi de aproximadamente R$ 230 milhões. Valores de diversos estados do Brasil foram remetidos aos investigados, sendo identificados numerários oriundos de pessoas envolvidas com a prática de contrabando e de empresa suspeita de realizar a movimentação financeira de organização criminosa do Rio de Janeiro.

A investigação se deu em conjunto com o Escritório de Pesquisa e Investigação (ESPEI) da 10ª Região Fiscal da Receita Federal da Receita Federal do Brasil.

Os investigados poderão ser responsabilizados pelos delitos de organização criminosa, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, cujas penas somadas podem chegar a 24 anos de prisão.

A operação segue as diretrizes da Polícia Federal na busca pela repressão aos responsáveis pelas movimentações financeiras das organizações criminosas e pela sua descapitalização.

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