CCR Viasul prevê concluir 50% das obras até o fim do mês

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Créditos: Camille Lenz da Silva

Iniciadas em agosto de 2022, as obras que ampliarão as faixas da BR-386, entre Lajeado e Estrela, têm previsão contratual para conclusão de mais um ano. Porém, até o fim deste mês, a concessionária CCR Viasul informa que aproximadamente 50% das obras estarão finalizadas.

Ao todo, serão 5,1 quilômetros de novas faixas em cada sentido, que devem trazer mais agilidade e segurança ao escoamento da chamada Rodovia da Produção. No projeto ainda estão inclusas: a readequação de trevos e acessos, pontes e viadutos, a implantação das barreias de concreto divisoras entre as pistas e a construção de duas passarelas.

O presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) do Vale do Taquari, Ivandro Carlos Rosa, avalia com bons olhos o movimento realizado. “Levamos 30 anos até conseguir executar a duplicação entre Estrela e Tabaí devido a trâmites e burocracias em nível de estado e país. Agora, com a concessão, vimos que é possível agilizar, e as obras estão em ritmo muito bom”, comenta.

Engenheiro civil de formação, Rosa acredita que a companhia está seguindo uma lógica eficiente de execução e segurança, com equipamentos de ponta. “Não tem nem comparação com as obras realizadas pela EGR, que ainda cobra muito mais pelo quilômetro e entregam rodovias em péssimo estado”, compara.

Ele afirma que a empresa está cumprido o cronograma estabelecido no contrato de concessão. “A fiscalização se dá pelo conselho tripartite (ANTT, CCR e Conselho de Usuários), do qual sou representante regional indicado pelo Codevat,” cita.

Assim como a CIC VT, a Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil) aprova o ritmo da obra e espera sua conclusão no prazo estimado. Conforme o vice-presidente da entidade no segmento, Nilto Scapin, a comunidade empresarial estará bem atendida com as faixas adicionais. “Se estivesse na mão de empresa pública, seria muito mais moroso”, aponta. Ele ressalta o baixo números de acidentes na rodovia desde o início das obras, e deve o fato à boa sinalização feita pela CCR. “A região é privilegiada com essa concessão”, aponta.

Ivandro aponta algumas dificuldades que surgem com a execução, como em Estrela, no qual se fechou o acesso secundário à cidade pela Avenida dos Estados, e no trevo de acesso a Marques de Souza, fechado pela concessionária há cerca de um mês.

Dor de cabeça

Conforme o prefeito de Marques de Souza, Fabio Alex Mertz, a duplicação é um divisor de águas gigantesco para o município. A instalação da concessionária na cidade, além de retorno direto da obra, trouxe funcionários para o local, que acrescentam à economia.

Mas o projeto também trouxe dores de cabeça, visto que, após a obra no trevo, ocorreram vários acidentes no local, inclusive um grave, com morte. “Uns dias depois, a CCR fechou o acesso com guard rails, impedindo a travessia. Aí começou o caos atual”, lamenta.

Cerca de um ano antes, na mesma região, outro acidente ocorrido abaixo da passarela construída pela concessionária vitimou um morador de Travesseiro. A obra, que apesar de pronta, não estava liberada para uso, havia sido fechada com uma chapa de compensado, que foi arrancada em diversas oportunidades por moradores.

O prefeito de Marques de Souza alega que fez inúmeros pedidos de liberação à CCR, mas que apenas após o acidente a obra foi aberta. “Sem inauguração, só abriram, sendo que dias antes alegaram que não estava pronta”, pontua.

Risco

Em Lajeado, as duas passarelas erguidas também não estão liberadas para uso, deixando pedestres sem opção que não seja atravessar as faixas a pé. Enquanto isso, a sinalização pedindo redução da velocidade ao longo dos trechos em obras não parece afetar os motoristas, que seguem em ritmo apressado.

Segundo a CCR Viasul, as novas estruturas devem ser liberadas até o fim do primeiro semestre, visto que precisam ser finalizadas e receber aprovação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), órgão regulador das obras.

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