Produtora de morangos e hortaliças não se vê longe do interior

Em Linha Catarina, Cátia Deubela mantém estufas que contam histórias.

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Crédito: Camille Lenz da Silva

O dia 25 de julho celebra também o dia do colono. Hoje, a figura do colono é a do produtor rural, que busca no setor primário sua renda. Na região, é comum encontrar produção de leite, aves, suínos e gado. São importantes geradores de renda para os municípios e correspondem à boa parte dos recursos do setor agropecuário e das agroindústrias.

Porém, alguns produtores têm encontrado em produções alternativas novas opções de renda que fogem ao tradicional. Cultivo de flores, frutas, hortaliças e outros vem ganhando espaço. A família de Cátia Deuner, em Linha Catarina, interior de Teutônia, buscou na produção de morangos e hortaliças o seu sustento.

Há oito anos, ela e o marido, hoje falecido, passaram a morar na localidade. Quando chegaram, trabalhavam com a produção de leite, mas resolveram descontinuar a atividade devido à propriedade possuir apenas três hectares, gerando trato insuficiente para os animais.

Na oportunidade, quem sugeriu o plantio de morangos foi a Emater, e então o aviário na terra da sogra foi restruturado para dar lugar a estufas. Hoje ela, de 39 anos, sua mãe e seus filhos de 21 anos, 15 e dez meses moram no local.

A área para a plantação, apesar de ser pequena, é suficiente para manter a família. Cátia, que já foi costureira em fábrica de calçados, diz que não consegue se imaginar longe do interior. “É bem diferente, aqui temos mais liberdade, e é o que eu gosto de fazer”, sinaliza.

Atualmente, ela, seu filho de 15 anos e uma pessoa terceirizada realizam a colheita dos morangos, que chega a 6 mil quilos anuais. Com clientela fixa, a Deuner Morangos atende desde o consumidor direto até restaurantes e parte da merenda escolar.

Investimento e conhecimento

Cátia explica que, quando fez a primeira estufa, não tinha entendimento nenhum do assunto. No início, ia atrás de vídeos no YouTube. “Depois, fiz cursos on-line e presencial no Coteu. Algumas coisas fiz certo, outras errado, mas não troco por nada.

É um trabalho que exige persistência, porque o morango é como um bebezinho – qualquer doença que entra passa para os outros, tem que estar sempre cuidando”, comenta. A família optou por não utilizar agrotóxicos, o que aumenta a complexidade dos cuidados.

Com três estufas e um investimento de cerca de R$ 100 mil, a agricultora aproveita cada espaço da propriedade. Em aberturas onde havia morangos, são plantados alface e alho poró. No local ao lado, galinhas poedeiras também fazem parte da renda da família e, nos fundos, há plantações de milho.

“No início, tínhamos a produção de morangos e nos aterrorizava não ter para quem vendê-los, então íamos de porta em porta. Hoje, não tenho nem estoque. Costumava montar cestas com os produtos para vender, e agora junto pedidos e vou para a cidade fazer as entregas”, cita, enquanto mostra com orgulho fotos de diversos pratos montados com seus produtos.

“Sacola da Vida” incluía variedade de hortaliças e morangos cultivadas na propriedade. Crédito: Arquivo Pessoal / divulgação
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